A jovem de 21 anos tinha acabado de chegar no Brasil para viver com o marido, que já estava por aqui. Até o final da tarde desta sexta-feira, os corpos estavam no IML de Pouso Alegre.
Uma tragédia. Esse é o sentimento para os brasileiros amigos dos haitianos mortos no acidente de carro desta quinta-feira (06) na Fernão Dias, em Cambuí. O marido estava no Brasil há seis meses e recebeu a ajuda dos amigos que fez em Elói Mendes (MG) para conseguir trazer a mulher para perto. Mas, não deu tempo para realizar o sonho de reconstruir a vida juntos em um novo país. No meio do caminho entre o aeroporto e o novo lar, um acidente interrompeu esse sonho.
Wolpher Hampton, de 25 anos, chegou ao Brasil há seis meses. Ele e um grupo de haitianos, incluindo uma cunhada e o marido dela, vieram para o Sul de Minas. Depois de passar muitas dificuldades, sem conseguir emprego, Wolpher começou a trabalhar numa loja de acessórios para caminhões em Elói Mendes.
A reportagem do Terra do Mandu conversou com o patrão dele, Luigi Pereira, que está transtornado com o acidente e está acompanhando a liberação dos corpos do IML de Pouso Alegre.
Luigi conta que Jeff, como eles apelidaram o haitiano, passou a dormir em um cômodo da loja dele. O imigrante também passou a frequentar uma igreja evangélica na cidade. Como ele contava do desejo de trazer a mulher e a filha do casal para o Brasil, o pessoal da igreja fez uma campanha para conseguir o dinheiro necessário para a viagem da esposa.
Ontem, Emmanuella Saint Fleur, de 21 anos, chegou ao Brasil. O pastor da igreja que Wolpher frenquentava pegou o carro e foram buscar Emanuela. A filha do casal não recebeu liberação para viajar com a mãe e ficou no Haiti.
De acordo com Luigi, a irmã de Emanuela decidiu que o casal será enterrado no Brasil mesmo, em Varginha. Eles já entraram em contato com o Consulado do Haiti em Brasília e comunicaram a decisão. O Velório no país caribenho, segundo os costumes locais, seria muito caro para a família.