Vice-diretora de escola é exonerada após participar de manifestação em PA
Magson Gomes / 18 março 2017
Magson Gomes / 18 março 2017
Protesto foi contra a reforma da Previdência. Secretária de Educação diz que a servidora ocupa cargo de confiança e descumpriu ordem de permanecer na escola. Cargo de diretor e vice é escolhido por eleição da comunidade escolar.
A vice-diretora da pré-escola municipal Monsenhor Mendonça, Marina Brunhara, foi exonerada do cargo um dia após participar da manifestação contra a reforma da Previdência, realizada na última quarta-feira, 15. Segundo a secretária de Educação, Leila Fonseca, foi feito um comunicado para que diretores e vices permanecessem na escola nesse dia.
Entramos em contato com a vice-diretora. Ela afirma que se trata de abuso de poder e arbitrariedade. Marina Brunhara diz que se sentiu no direito, como cidadã, de participar de um ato público contra a reforma da Previdência. “Não foi nenhum ato contra a prefeitura, nem manifesto partidário”.
A vice-diretora exonerada conta ainda que não foi comunicada da orientação da secretária de Educação, nem por e-mail, ofício ou oral. Disse ainda que assinou a lista passada na escola onde os servidores que aderiram à paralisação assinaram e, que a diretora permaneceu na escola e estava ciente de sua participação no protesto.
O que diz a secretária de Educação
A secretária de Educação, Leila Fonseca, confirma que a portaria de exoneração da vice-diretora já foi assinada e que o motivo é que ela foi para a manifestação no período da manhã, quando deveria estar na escola. “Orientei que vices e diretores permanecessem na escola no dia da paralisação para receber alunos que fossem para a escola, merenda ou qualquer outra necessidade que houvesse”. Segundo a secretária, a recomendação foi enviada via WhatsApp no grupo de diretores.
“Independente de receber ou não o comunicado, vice tem que permanecer na escola porque é cargo de confiança”, afirma a secretária de Educação.
Leila Fonseca diz ainda que mais pessoas, no caso professores que participaram do ato, não serão exonerados porque não ocupam cargo de confiança. “Não é perseguição. Procurei na lei direitinho. Estamos procurando fazer o certo”, diz a secretária.
Vice-diretora diz que vai recorrer
Marina diz ainda que vai buscar seu direito de permanecer no cargo. Marina é efetiva na rede municipal desde 1990 e diz que nunca respondeu a um processo disciplinar ou administrativo. Ela estava como vice-diretora da escola há 10 anos e foi escolhida através de processo seletivo onde votam pais e funcionários da escola. Cada mandato tem duração de quatro anos. A última eleição foi em 2015.
Após a exoneração, a servidora volta para o cargo de professora de português na Escola Municipal Vasconcelos Costa.
Sindicato divulga nota de repúdio contra a exoneração
O Sindicato dos Profissionais da Educação da Rede Municipal de Pouso Alegre e Região (SIPROMAG) divulgou nota de repúdio pela exoneração da vice-diretora. Na nota, o sindicato afirma que Marina Brunhara foi eleita para o cargo através de um processo transparente, democrático após atender todas as exigências do edital de eleição dos gestores das unidades municipais e foi escolhida pela comunidade escolar (professores, funcionários e pais de alunos) para assumir o posto de vice-diretora daquela unidade.
“A exoneração foi autorizada pelo Prefeito Rafael Simões, após solicitação da Secretária de Educação Leila Fonseca, que alegou que a servidora agiu de maneira incompatível com a função exercida pela mesma. É incompatível lutar pelo futuro dos trabalhadores?
É lamentável no ano de 2017 ainda termos em nosso País traços marcantes de posturas ditadoras e repressoras, gestores que querem a todo custo cercear o direito da sociedade em lutar por seus direitos.
O SIPROMAG irá lutar para defender os direitos da servidora, para que a mesma possa exercer a sua função que conquistou com sua competência e dedicação”, diz a nota do sindicato divulgada nessa sexta-feira, 17.
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