Política

Sobe tom entre vereadores e críticas à administração Municipal

Magson Gomes / 15 março 2017

Teve até bate-boca entre vereadores, com direito a pedido para averiguar quebra de decoro parlamentar.

Depois de sessões ordinárias com autoelogios e aos pares, os vereadores de Pouso Alegre decidiram subir o tom dos discursos, durante a reunião dessa semana (14/03). Críticas ao Executivo Municipal também foram feitas.

Parlamentares que estão do mesmo lado da bancada, base do prefeito, se desenterram. Edson Donizeti, o Dr. Edson (PSDB), criticou colegas e a Mesa Diretora por não colocar em pauta ou apoiar seu projeto que trata de maior desconto no passe livre para estudantes. Dr Edson até usou a expressão de que “a Casa está atravessando o samba” ao tomar decisões e que o projeto está enfrentando “resistência de colegas”.

O presidente da Mesa, vereador Adriano da Farmácia (PR), ficou nervoso e também falou alto. Disse que os projetos estão tramitando corretamente na Casa e pediu respeito ao colega. “Aqui não é casa de samba não. Aqui não é casa da mãe Joana”, disse Adriano da Farmácia.

Ouça o áudio:

Já no final da sessão, Dr Edson pediu para constar em ata seu pedido para que o corregedor analisasse as palavras usadas pelo presidente como quebra de decoro parlamentar. Outros vereadores tentaram amenizar a situação.

Na tribuna, outros vereadores tiveram posicionamento mais crítico em relação a outros assuntos, além da Copasa.

Rodrigo Modesto (PTB) criticou colegas que já estão indicando o próprio nome para fazer parte das CPIs que vão investigar as empresas Plenax e Colimar, que prestaram serviço à administração municipal anterior. Na opinião do vereador, “estão passando o carro na frene dos bois porque há entendimento jurídico de que a Câmara não pode investigar fatos anteriores a atual gestão”, argumentou Modesto, dizendo ainda que é a favor das investigações, mas que sejam encaminhadas ao Ministério Público Estadual.

O vereador André Prado (PV) passou um vídeo que mostra uma carreta estacionada em uma avenida no centro da cidade fora do horário previsto para carga e descarga e cobrou fiscalização da lei. Prado também divulgou um áudio em que aparece um grupo de mulheres tendo o pedido para manifestar negado na superintendência de Turismo e Lazer porque o ato iria de encontro à lei do silêncio. “Porém, no mesmo dia e à noite, foi realizado um show na Praça João Pinheiro com som alto. A cidade tem dono? Só um grupo pode se manifestar? ” Questionou o vereador.

 Já o vereador Luiz Antônio dos Santos, Campanha (PROS), começou lendo uma carta enviada por professores que reclamam que a secretaria de Educação concedeu dobra de turno para alguns professores contratados. Segundo a carta, “está havendo um apadrinhamento e jeitinho para agradar algumas pessoas, prática já feita em outras gestões”.

A vereadora Mariléia Franco (PSDB), pediu um aparte e afirmou que “o erro já foi corrigido e os professores da dobra foram dispensados”.

Leandro Morais (PPS) e Oliveira Altair (PMDB) falaram da falta de medicamento na prefeitura. Para eles, a culpa é da administração anterior que não fez licitação no fim do ano para deixar os estoques abastecidos. Há mais de 30 dias que faltam alguns medicamentos nos postos de saúde. Segundo Morais, a licitação para compra de medicamentos foi realizada essa semana e “espera que a situação se regularize o quanto antes”.

Oliveira ainda reclamou da falta de informações da Copasa sobre uma obra que será realizada na Avenida do São Geraldo onde o trânsito ficará impedido por alguns dias.

Odair Quincote (PPS) falou da visita do prefeito à feira livre de domingo e pediu apoio para buscar melhorias para os feirantes.

Rafael Aboláfio (PV) comentou que fez visita à Polícia Militar e solicitou que o Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD) possa ser estendido a mais adolescentes e também que o Olho Vivo seja instalado em outros pontos da cidade.

Wilson Tadeu Lopes (PV) comentou sobre ruas de bairros da cidade que não têm placas de identificação e dificulta o trabalho dos correios.

Votações:

Dois projetos votados, além de alguns requerimentos (Foto: Ascom/Câmara)

Nas votações, os vereadores aprovaram dois projetos de Lei do Executivo. Um estabelecendo novo programa municipal de bolsa de estudos que levará em conta não apenas questão social do aluno, mas também mérito, que tenha bom desempenho escolar.

O outro projeto, sem discussão, altera a Lei nº 5.785, de 20 de janeiro de 2017, que trata da contratação temporária para monitores de creche e cozinheiras nas unidades escolares. Pelo dito pelo vereador Campanha, novas vagas estão sendo criadas, além das já contratadas.

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