Montadora funcionou de 1994 a 2001 e deixou muita gente no prejuízo
Preso pela Polícia Federal nessa segunda-feria, 30, suspeito dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa, o empresário Eike Batista já teve uma montadora de jipes em Pouso Alegre (MG). A JPX funcionou entre os anos de 1994 e 2001, próximo ao trevo da Fernão Dias. A empresa fechou as portas sem explicações, deixando muita gente no prejuízo. Talvez tenha sido o sinal da derrocada do bilionário. Antes mesmo da valência de algumas empresas do grupo X.
Entre os prejudicados pelo fechamento da JPX estão os ex-concessionários, pessoas que abriram lojas para revender os jipes. Também reclamam até hoje quem comprou o jota, como o veículo é chamado pelos jipeiros.
Não é que o carro seja ruim. Porque quem tem um jota, garante que é o melhor jipe que existe. O problema é que, com o fechamento da montadora, faltam peças no mercado. Estima-se que sejam apenas mil deles pelas ruas e estradas do Brasil. A produção na montadora não passou dos 4 mil jipes.
A reportagem do Terra do Mandu encontrou o dono de JPX em São Lourenço, Sul de Minas. O eletricitário Gláuber faria Ribeiro é o terceiro dono do veículo comprado na loja em Pouso Alegre em 1996 por o dono de um hotel em São Lourenço. Gláuber diz que o jota quase não dá defeito porque ele faz a manutenção preventiva. Mas quando precisa de uma peça de reposição, aí complica.
“Tenho que procurar na internet e não é fácil encontrar. Então, realmente, nós que temos o jipe, ficamos no prejuízo com o fechamento da fábrica em Pouso Alegre”, afirma Gláuber.
O ex-funcionário que é o anjo da guarda
O Gláuber e muitos outros donos do JPX tem que, muitas vezes, se recorrer a João Antônio. Um ex-funcionário da montadora que montou uma oficina em Pouso Alegre. “Nós o procuramos, que faz a manutenção e ele nos ajuda a encontrar peças”.
A prisão de Eike Batista
O empresário é suspeito dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa.
Eike teve a prisão preventiva decretada depois que dois doleiros disseram que ele pagou US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o equivalente a R$ 52 milhões, em propina. A prisão do empresário foi decretada pelo Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, na operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.