Sejusp havia informado 13 casos confirmados da doença em abril, mas atualizou para 4 diagnosticados; eles ficaram isolados e foram tratados
Iago Almeida / 17 maio 2024
Foto: Terra do Mandu
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) está investigando um possível caso de tuberculose no presídio de Pouso Alegre, no sul do estado. Outros quatro casos já tinham sido confirmados em abril deste ano.
Os dados foram solicitados pelo Terra do Mandu à Assessoria de Comunicação da Sejusp. Em nota, a pasta havia informado que 13 custodiados tinham sido diagnosticados e isolados em abril. Depois, uma nova nota, alterou o número de confirmações no mês passado para quatro.
“Pedimos desculpas pelas informações desencontradas. Fizemos nova checagem com as áreas. Em 2024, até o momento, foram registrados quatro casos no Presídio de Pouso Alegre”, declarou.
A Sejusp negou que tenha um surto da doença no presídio e citou que acompanha a situação e age conforme os protocolos de saúde. “No mês de abril, quatro custodiados foram diagnosticados com tuberculose e imediatamente isolados e tratados”, escreveu.
.A nota cita ainda que na última semana, um custodiado, recém-admitido e que vivia em situação de rua antes da prisão, foi encaminhado para a realização de testes. “Ele está isolado e aguarda o resultado, que sairá até o fim desta semana”, disse a Sejusp.
De acordo com o Painel Epidemiológico Tuberculose, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) recebeu a notificação de 34 casos de tuberculose nas cinco cidades mais populosas do Sul de Minas. Os dados são de janeiro a dezembro de 2023.
A líder de casos é Passos, com 15 notificações (6 homens e 9 mulheres). Lavras aparece em segundo, com 7 notificações (6 homens e uma mulher). Pouso Alegre, Poços de Caldas e Varginha aparecem na sequência, com 4 casos cada uma.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar), embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas.
A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão do M. tuberculosis. A forma extrapulmonar, que afeta outros órgãos, ocorre mais frequentemente em pessoas vivendo com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico.
Apesar de ser uma enfermidade antiga, a tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública. No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose. A doença é responsável por mais de um milhão de óbitos anuais.
No Brasil são notificados aproximadamente 80 mil casos novos por ano e ocorrem cerca de 5,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse. Essa tosse pode ser seca ou produtiva (com catarro).
Os sintomas mais frequentes, são: tosse por 3 semanas ou mais; febre vespertina; sudorese noturna; e emagrecimento. Recomenda-se que toda pessoa com sintomas respiratórios, ou seja, que apresente tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose.
Caso a pessoa apresente sintomas de tuberculose, é fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima da residência para avaliação e realização de exames. Se o resultado for positivo para tuberculose, deve-se iniciar o tratamento o mais rápido possível e segui-lo até o final.
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