Morre mulher que teve corpo incendiado; família acusa marido e pede justiça
Irmã e amiga de Andréia Rodrigues afirmam que ela sofria ameaças e agressões e discordam da versão que ela teria incendiado o próprio corpo
Iago Almeida / 21 fevereiro 2024Irmã e amiga de Andréia Rodrigues afirmam que ela sofria ameaças e agressões e discordam da versão que ela teria incendiado o próprio corpo
Iago Almeida / 21 fevereiro 2024Morreu na noite desta terça-feira (20/02), Andréia Rodrigues, mulher de 42 anos que teve queimaduras de segundo grau em 50% do corpo em Pouso Alegre, no sul de Minas. Andreia estava internada desde a manhã de terça, em estado grave.
O corpo foi velado na Funerária Santa Edwirges, em Pouso Alegre, até às 12h30, quando o cortejo saiu para a cidade de Silvianópolis. O sepultamento aconteceu às 13h30 no Cemitério Municipal de Silvianópolis.
O Boletim de Ocorrências, registrado pela Polícia Militar, informou que a mulher teria ateado fogo no próprio corpo após uma briga com o marido, na casa onde eles moravam no bairro Jardim Olímpico. Esta informação foi repassada para a PM, pela equipe médica do Hospital das Clínicas Samuel Libânio.
A equipe médica teria afirmado para os policiais, que a informação foi dita pela própria Andreia no hospital. Fato este que está sendo contestado pela família, que disse que Andreia já chegou desacordada e com o rosto queimado no hospital, o que impediria que ela conseguisse falar.
“Ela não atirou fogo nela, porque o próprio pai dele contou a história, falando que viu tudo, que foi ele mesmo que tacou álcool e tacou fogo nela. O pai dele que ajudou ela a apagar a chama e trouxe ela para o hospital. Ela já chegou sem falar no hospital, então não teve como ela relatar que foi ela mesma que tacou fogo nela. Ela já estava com a boca danificada, com o rosto todo danificado. Então não teve como ela falar, dar algum depoimento”, disse Daniela Martins Rodrigues, irmã de Andreia, em entrevista ao Terra do Mandu.
A entrevista completa sai no Mandu News desta quarta-feira (21/02), às 18h30, no Facebook e Youtube do Terra do Mandu!
Ainda no BO, foi narrado que o casal estava consumindo bebida alcóolica em um bar no bairro Jardim Olímpico e depois os dois foram para casa, que fica no mesmo bairro. Lá, uma discussão teria iniciado e, segundo a polícia, o homem agrediu e empurrou Andreia, que chegou a bater a cabeça e ficar com inchaço no crânio. A família e amigos ainda citaram outras possíveis agressões e ameaças que a mulher sofria.
“A gente quer justiça, porque muitos estão falando que foi ela, para defender ele, e não foi isso. Foi ele que fez isso. A gente sempre tinha que ir lá socorrer ela, porque ela ligava desesperada, enquanto ele saía. A gente tinha que ir lá pegar ela, deixar na casa da minha mãe; ele ia na porta da casa da minha mãe, ameaçava . Ela voltava com ele por medo, isso aconteceu várias vezes. Ela já chegou na casa da minha mãe com vários hematomas, machucados, temos provas, fotos. Ela estava com ele por medo mesmo, de ameaça”, completou a irmã.
Daniele Priscila da Silva Covelo era amiga de Andreia e disse que a amizade entre as duas já era de mais de 10 anos. Emocionada, a amiga diz que recebeu mensagens de outras pessoas nas redes sociais, que relataram possíveis agressões do marido à Andreia.
“É uma dor muito grande. Eu devo muito a minha vida pra ela. Ela foi babá do meu filho, que esse ano completa 18 anos, então é mais de uma década de amizade. A ‘Deia” era uma pessoa que cuida. Eu morei durante cinco anos na praia e ela quem cuidou da depressão da minha mãe aqui. Eu estava longe, mas ela estava sempre por perto. A gente não conseguir olhar pro rosto dela, ver um caixão lacrado e apenas só olhar para uma foto, é muita crueldade”, disse a amiga.
Veja os prints citados pela amiga, cedidos ao Terra do Mandu:
“Ela era uma pessoa amorosa, nunca fez mal pra ninguém. Uma pessoa que nunca arrumou briga, sempre fez o bem para as pessoas. ela para prevenir, para não levar problema para minha mãe que é idosa, ela poupou isso. Ela foi aguentando, ameaça, ameaça, até chegar no que deu. Eu quero que a justiça seja feita, porque ele tem que pagar”, encerra a irmã de Andreia.
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