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Epidemia de dengue faz Itapeva decretar Situação de Emergência

Itapeva tem 26 casos confirmados e 90 suspeitos de dengue. Bairro em pior situação de focos e casos é Jardim Pôr-do-Sol.

Nayara Andery / 17 março 2023

Itapeva decretou situação de emergência em saúde pública nesta sexta-feira (17/03). O motivo é uma epidemia de dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. Os casos suspeitos têm aumentado a cada semana, aponta o município.

O decreto vale por 180 dias e tenta reduzir a epidemia. São 136 notificações de casos prováveis em dois meses. O município tem 9976 habitantes, aponta estimativa de 2021 do IBGE. Com o decreto é permitido que agentes de endemias peçam o uso de força policial para vistoriar imóveis abandonados ou em que moradores recusem essa fiscalização voltada para focos do mosquito Aedes Aegypti.

Sandrelha Vieira, coordenadora da vigilância epidemiológica, explica que “o diagnóstico de dengue é feito de acordo com os sintomas. A coleta para exame é feita no sexto dia dos sintomas e o resultado demora mais de uma semana”. Em 2023 são 26 casos confirmados, 20 negativos e 90 que aguardam coleta ou resultados.

Com o decreto, o prefeito Daniel Pereira do Couto autoriza a aquisição de insumos e materiais, além da contratação de recursos e pessoas para contenção do surto. Agentes de endemias visitam imóveis para procurar possíveis pontos e focos do mosquito transmissor.

A dificuldade é não encontrar as pessoas nesses locais ou em alguns casos, a pessoa proibir a entrada do agente. O decreto determina que quando essas situações e em casos de imóveis abandonados, o agente pode pedir apoio de força policial. O intuito é proteger a população da doença que traz prejuízos á saúde pública.

Casos

A primeira confirmação aconteceu em janeiro, conta Sandrelha. Uma família veio de São Paulo para visitar parentes no bairro Jardim Pôr-do-Sol e não informou que tinha testado positivo para dengue, no estado vizinho. “Só fomos informados depois de dez dias que eles já estavam aqui, tempo para surgirem novos casos.”

Ela afirma que em seguida foram reforçadas ações preventivas e iniciada a busca ativa de novos contaminados. O bairro concentra a transmissão local e tem o maior número de casos confirmados e suspeitos. “No restante do município a transmissão muitas vezes é de pessoas que vêm contaminadas de outras cidades.”

Onde estão os focos

Quintais são os locais com mais focos de larvas e pupas (estágio final de larvas) do mosquito Aedes Aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya, conta Sandrelha. “Temos voltado nos imóveis onde os agentes fizeram a limpeza e depois de uma semana eles encontram os mesmos problemas de água acumulada.”

Um caso recente mostra que a atenção vale para o imóvel e os cuidados com os pets. “Tinha uma vasilha de alimento de cachorro que armazenou mais 30 pupas e larvas de Aedes. Vasilhas de animais têm que ter água trocada diariamente e é preciso lavar os vasilhames de água e comida, pois os ovos grudam nesses locais.”

Ela explica que ovos de Aedes podem sobreviver até 450 dias sem água e que ao serem molhados podem eclodir e virar larvas. “O importante é não deixar água acumulada em nenhum objeto e sempre verificar isso no imóvel. Os lotes também devem ser mantidos limpos sempre.”

A prevenção conta com a conscientização da população, verificação nos imóveis e estratégias em casos de focos de larvas ou mosquitos. Um veículo fumacê percorre ruas e avenidas para dispersar veneno para eliminar focos de mosquitos sem agredir o ser humano e animais de estimação.

Sandrelha cita que “usamos o fumacê há dois meses para tentar conter o aumento de casos. As pessoas devem deixar os imóveis abertos quando o fumacê passar, para eliminar pontos de Aedes. E quando tem casos suspeitos, nossos agentes de endemias usam bombas motorizadas que jogam fumaça dentro dos imóveis.


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