Uma ocorrência policial que resultou na prisão de um homem por tráfico de drogas terminou em confusão e agressão em Ouro Fino. Familiares e vizinhos do suspeito filmaram a ação da polícia, na última sexta-feira (27/01). Imagens mostram quando o homem é perseguido pelo bairro por um carro que não é uma viatura.

Em um dos vídeos um policial aponta a arma para um homem que está com duas adolescentes, sobrinhas do suspeito e a irmã dele, no Jardim São Paulo. As imagens dos moradores e de circuitos de segurança circularam em redes sociais. A família denuncia abuso de autoridade e agressão por parte dos policiais.

Vídeo mostra parte de ocorrência em Ouro Fino. Arquivo de moradores.

Um dos vídeos mostra que o suspeito foge de um veículo que não é uma viatura. Ao chegar perto de uma mata, o carro bate no suspeito. Em uma outra imagem já com a PM nesse local, um policial ameaça pegar o celular das menores. Segundo a família, uma delas foi agredida e teve o celular quebrado pelo policial.

Versão da PM sobre a ocorrência

A PM cita que recebeu denúncia que um homem traficava drogas nesse bairro. Eles viram o suspeito entrar na mata e sair após alguns minutos, mas, que ele fugiu quando viu a polícia. Ao ser preso ele resistiu e a PM o imobilizou. Policiais viram que ele tirou da boca e jogou no chão uma embalagem com 60 pedras de crack.

Na versão da PM, quando o suspeito foi preso a irmã dele incitou duas adolescentes (filha e sobrinha dela) e moradores contra os militares. Uma adolescente deu um tapa no rosto de um policial e os militares usaram spray de pimenta. Na mata foram encontrados uma balança de precisão e material para embalar droga.

Um reforço policial chegou ao local e o homem foi levado para a viatura por flagrante de tráfico de drogas. As duas adolescentes foram apreendidas por desacato e agressão e levadas para a delegacia de Polícia Civil de Pouso Alegre. O advogado do suspeito acompanhou o caso e ficou responsável por elas no local.

Família questiona forma de ação dos policiais

A família discorda da versão da PM, como conta Sônia Aparecida de Souza, irmã do suspeito e mãe da adolescente de 14 anos. Ela detalha que o irmão saiu do trabalho e foi ajudar a mãe, quando ele saiu da casa e a família ouviu tiros. Um vizinho disse que o irmão dela estava sendo perseguido.

A filha dela procurava o tio e usou o celular para filmar como prova. A prima foi buscar ajuda de Sônia. A família alega que a ação policial teve agressões e que familiares e moradores acompanharam toda a ação e não viram a droga que a PM disse que foi encontrada com o suspeito.